Presidente do CGTSM denuncia uso indevido de helicóptero e pede saída do coordenador do DSEI Parintins

Compartilhe:

O presidente do Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé (CGTSM), Obadias Batista Garcia, protocolou uma denúncia formal contra o uso indevido de um helicóptero da saúde indígena, pertencente ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Parintins, por parte de familiares do atual coordenador, Mecias Batista Júnior.

Segundo o CGTSM, no dia 9 de junho de 2025, o helicóptero oficial pousou na Aldeia Nova Alegria, situada na Terra Indígena Andirá-Marau, com um único passageiro a bordo: Mecias Pereira Batista, pai do coordenador do DSEI, Mecias Júnior Bulete. Não havia no voo equipe técnica de saúde, missão oficial ou situação de emergência. Moradores da comunidade gravaram em vídeo a cena, considerada um flagrante de uso pessoal de um recurso público destinado exclusivamente à saúde indígena.

A denúncia foi formalmente endereçada ao Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, ao Titular da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Weibe Tapeba, e ao Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM), com pedido de apuração rigorosa, auditoria dos registros de voo e exoneração imediata do coordenador do DSEI Parintins.

Nepotismo cruzado e conivência institucional

O CGTSM também aponta omissão do CONDISI (Conselho Distrital de Saúde Indígena), que deveria fiscalizar a execução de ações do DSEI. Segundo a denúncia, o atual presidente do CONDISI, Eudes Batista, é primo do coordenador do DSEI, o que configura nepotismo cruzado e conflito de interesses.

“A ausência de fiscalização e a presença de vínculos familiares em posições de liderança violam os princípios da moralidade, impessoalidade e legalidade da administração pública”, afirma o documento assinado por Obadias Batista.

Presidente do CGTSM denuncia uso indevido de helicoptero e pede saida do coordenador do DSEI Parintins 1
Presidente do Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé (CGTSM), Obadias Batista Garcia e Advogado Tito
FB IMG 1752098006192

Histórico familiar agrava a denúncia

Segundo o advogado Tito Menezes, a gravidade do episódio se intensifica com o histórico de Mecias Sateré, pai do coordenador Mecias Júnior o Bulete, que foi condenado por improbidade administrativa enquanto era prefeito de Barreirinha (AM), por uso indevido de recursos públicos, incluindo a compra de passagens aéreas para familiares.

O advogado Tito Menezes Sateré, indígena do povo Sateré-Mawé, em mensagem relembrou o caso ao site Pam1.com.br nesta quarta-feira, 9 de julho de 2025.

Dsei Parintins Mecias
Mecias Júnior e Mecias Sateré

CGTSM pede exoneração imediata

O documento protocolado pelo CGTSM solicita:

  1. Abertura de investigação formal pelo Ministério da Saúde e pela SESAI;
  2. Instauração de procedimento investigativo pelo Ministério Público Federal no Amazonas;
  3. Auditoria imediata dos registros de voo da aeronave do DSEI Parintins;
  4. Exoneração do coordenador Mecias Batista Júnior, por incompatibilidade com os princípios constitucionais da administração pública.

O conselho também solicita que o caso seja tratado sob sigilo institucional, a fim de preservar a integridade física e moral dos denunciantes e das comunidades envolvidas.

Outro lado

A reportagem manteve contato com representantes do grupo citado na denúncia. O Secretário Geral da Tribo Sateré-Mawé, Erivelton Sateré, ligado ao grupo de Mecias Batista Júnior, informou que a versão dos fatos será apresentada publicamente e que irão “repor a verdade sobre a denúncia”.

Texto: Hudson Lima

(92) 991542015

PAM1.COM.BR

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você não pode copiar conteúdo desta página