O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, espera o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir o candidato à sua sucessão no comando da Casa legislativa. Nesta sexta-feira, 23, Lira disse que o petista tem “todo o direito” de ter um candidato próprio, mas informou que a escolha do nome será feita a partir de diálogo entre os dois chefes de Poder. O mandato de Lira na presidência da Câmara vai até o início de 2025.
Segundo pessoas próximas a Lira, antes do Carnaval, os dois tiveram uma conversa em que Lula teria dito que não pretende se intrometer na disputa pela presidência da Câmara. Lira disse que preferia que o petista entrasse sim na articulação e que o nome a ser definido como candidato à sua sucessão tivesse tanto o aval dele como de Lula. Nessa conversa, Lira ainda falou que para não criar entraves ao governo nem acirrar uma eventual crise entre as instituições, o melhor seria um nome de consenso.
“O presidente Lula tem a vontade dele e o direito dele de tentar fazer o sucessor dele, como eu tenho a minha pretensão, ouvindo, a todos os líderes partidários”, disse Lira, após participar de evento na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, sobre segurança pública. E completou: “O presidente Lula sabe disso e já disse que estará junto desse projeto de acompanhar para que eu tenha o direito de fazer meu sucessor”.
Lira ainda aproveitou para mandar um recado aos petistas que planejam lançar candidatura própria para derrotar o indicado pelo deputado alagoano. Para o presidente da Câmara, se Lula pode estar junto com ele na escolha de um nome, “o PT não pensará diferente, até porque não tem motivos”. “Todos os compromissos que assumimos foram honrados. Não há nenhuma instabilidade política ou pauta-bomba econômica, muito pelo contrário”, disse Lira.
Segundo Lira, na reunião da noite de quinta-feira, 22, entre líderes partidários e o presidente da Câmara dos Deputados, não houve um tema específico, mas citou exemplos como pacto federativo, a relação das dívidas dos estados e a relação com o Congresso.
“Foi um bate-papo normal, uma conversa mais amena sem pontos específicos. O presidente conversou, como tem que fazer com os líderes partidários que representam os parlamentares”, informou. “É uma ação necessária e tem que ser rotina entre os líderes que participam da Câmara dos Deputados”, concluiu.
Por Terra