Augusto diz que foi traído no Corinthians: “Não coloco a mão no fogo por ninguém”

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Augusto Melo, presidente do Corinthians, em entrevista no CT — Foto: José Edgar de Matos
Augusto Melo, presidente do Corinthians, em entrevista no CT — Foto: José Edgar de Matos

O presidente do Corinthians, Augusto Melo, se defendeu sobre as polêmicas ocorridas nos primeiros cinco meses de gestão, como a saída da VaideBet, e disse ter sido traído por algumas pessoas que colocou na diretoria.

Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, no CT Joaquim Grava, o dirigente saiu em defesa da própria direção, alvo de denúncias sobre a presença de um “laranja” no contrato de intermediação, e reclamou de antigos membros da gestão, sem citar nomes.

– Não existe nada provado. Existe o que vocês falaram, é isso o que mais me chateia. Traição. Estou colocando de novo na rota, errei em colocar algumas pessoas aqui. Amigos estarão da porta para fora, os que estão aqui hoje são de verdade e têm competência – disse.

– Não coloco a mão no fogo por ninguém, mas dou autonomia e confiança. Isso (caso VaideBet) vai ser esclarecido, já tem depoimentos que disseram que têm provas e não há. Os que divulgaram serão processados criminalmente. Estamos muito tranquilos – assegurou.

Augusto diz que não tem nenhuma relação com Alex Cassundé, dono da Rede Social Media Design, empresa que receberá R$ 25,2 milhões pela intermediação do patrocínio da VaideBet. Cassundé integrou a equipe de comunicação de Augusto Melo durante a campanha eleitoral no ano passado.

A Rede Social Media Design supostamente repassou parte do valor recebido em comissão a uma empresa “laranja”, chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Ela estaria em nome de Edna Oliveira dos Santos, uma mulher residente na cidade de Peruíbe, litoral Sul de São Paulo, que nem sequer saberia da existência da mesma.

– Eu o vi duas vezes. A primeira vez fui fazer uma live na agência dele. Cheguei lá, uma grande estrutura, Vilaron e Sérgio me levaram. E a segunda foi na transição. Nunca falei por telefone, se eu vir aqui talvez nem conheça. Parece que já cruzou algumas vezes e não conheci, me falaram. Nunca conversei, nunca tomei café, nunca almocei e nunca jantei. Não tenho nenhuma relação.

Segundo Augusto, como o contrato foi rompido, o Corinthians não precisa mais pagar os valores referentes à intermediação.

Nesta postura defensiva, o nome do diretor administrativo Marcelo Mariano surgiu. Marcelinho, como é conhecido, está sendo acusado de envolvimento com os problemas da intermediação do antigo contrato com a VaideBet, assim como o superintendente de marketing afastado, Sérgio Moura.

– A Polícia está verificando quem colocou e quem está envolvido. O nosso compromisso é o Corinthians. O Marcelo Mariano está no clube há vários anos, um diretor competente e até que se prove o contrário. Não se tem que falar em off, eles que provem o que falaram. Não existiu nenhum requerimento sequer, tem coisas muito complicadas em cima disso – acrescentou.

– As pessoas que fizeram isso vão pagar. Processo criminal. Eles têm o direito de provar, mas serão todos processados. Essa gestão cumpre o estatuto.

– Quem saiu do clube. Está sendo investigado e essas pessoas terão que provar, vamos ver que é torcedor ou não – disse Augusto Melo, novamente reclamando dos “traidores”.

Impeachment?

Augusto Melo perdeu boa parte do capital político com as saídas de nomes importantes da diretoria como Rubens Gomes (futebol), Yun-Ki Lee (jurídico) e Rozallah Santoro (finanças). Entretanto, o dirigente não teme o derretimento da gestão ainda no primeiro ano de trabalho.

– Impeachment não existe. E golpe aqui ninguém vai dar. Fui eleito pelo voto, foram 16 anos de uma dinastia e ninguém vai mudar isso. Errei, estamos corrigindo e o impeachment não me assusta – declarou

– Foi uma traição, traição vem de onde ninguém se espera. Agora se não tem competência, não estará mais aqui – comentou.

Por Ge

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