O Fundo Comunitário do Airbnb acaba de concluir a doação de R$ 1 milhão ao Instituto Alok. O dinheiro será direcionado para alguns projetos de reflorestamento que a entidade gerencia no Norte do país, em especial no território amazônico.
Uma das ações do programa “Planeta Verde” do Instituto Alok, acontece na Ilha do Marajó, no Pará, e terá como foco o desenvolvimento da agricultura familiar local e o aumento de renda da população da região na ordem de 75%, especialmente de mulheres.
Com o dinheiro da empresa de hospedagem, o projeto “Agrofloresta em Família”, como é conhecido, espera plantar cerca de 240 mil mudas em uma área de 200 hectares. Para ajudar com a produção, a plantação e o manejo da área de restauração, o Instituto Alok contará com aproximadamente 150 mulheres da região beneficiada.
O programa abrangerá os municípios de Breves, Curralinho, Melgaço, Muaná, Portel e São Sebastião da Boa Vista. As agroextrativistas e ribeirinhas participantes do programa residem na região, que foi escolhida por ser recordista em desmatamento e com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.
“Com a parceria com o Instituto Alok, reforçamos nosso compromisso de gerar impacto positivo e duradouro, através de projetos que promovem a recuperação do meio ambiente e o empoderamento das comunidades locais”, comenta Aleksandra Ristovic, gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Airbnb no Brasil.
Para Manuel Amaral, coordenador executivo do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), parceiro operacional do “Planeta Verde”, a implantação de viveiros e de sistemas agroflorestais (SAF) promove o engajamento das famílias no território.
“Isso impulsiona uma economia local baseada na agrofloresta e na diversificação da produção e da renda, contribuindo também para a soberania e a segurança alimentar dos moradores da região”, diz. O IEB é responsável pela capacitação da implementação de SAFs.
A metodologia adotada pelo projeto “Marajó – Agrofloresta em Família” permite o cultivo de diferentes espécies em uma mesma área, incluindo árvores como andiroba, jatobá e pracaxi; palmeiras como açaí e pupunha; além de espécies agrícolas e frutíferas de ciclo curto e longo, como cacau, cupuaçu, abacaxi, mandioca, mamão e banana, e viabiliza o aumento na renda obtida com a produção de mudas.
A agrofloresta também é uma estratégia fundamental para garantir a segurança e a soberania alimentar das famílias locais. “Além de proteger o solo e as águas, a agrofloresta contribui para a oferta de alimentos, o que impacta positivamente na segurança alimentar das famílias e no funcionamento do restaurante Piti Kuin, voltado à gastronomia tradicional indígena e desponta como alternativa de trabalho e renda na comunidade”, comenta Adair Duarte, líder de Restauração Florestal da SOS Amazônia, outra organização parceira do instituto.
Outro estado que também será beneficiado pela contribuição financeira é o Acre, onde o Instituto Alok vai rodar o programa “Faça Florescer Floresta”, que visa restaurar 70 mil metros quadrados que foram degradados por uma queimada criminosa em 2019 nas proximidades da capital Rio Branco.
O projeto “Faça Florescer Floresta” será realizado em parceria com a SOS Amazônia e o povo indígena de Huni Kui. O território contemplado abrange o Centro Huwã Karu Yuxibu, idealizado pelo líder espiritual e artista Mapu Huni Kuin. O Centro dedica-se à preservação da cultura, da medicina sagrada e das práticas espirituais do povo Huni Kuin.
“É um sonho que se realiza. Quando essa terra foi queimada pensei que todo meu sonho estava destruído, mas veio uma certeza de que poderia recuperar a vida daquela floresta tão linda”, diz Mapu. O Instituto Alok já contribui com a construção do restaurante do Centro, mas faltava desenvolver a agrofloresta, segundo ele.
Responsável pelo projeto de reflorestamento, a SOS Amazônia fará a construção de um viveiro comunitário com capacidade para de produzir anualmente 12 mil mudas de espécies florestais, frutíferas e palmeiras, além de oferecer assistência técnica e um sistema de irrigação para sobrevivência das mudas na estação seca.
Com a conferência de mudanças climáticas (COP 30) acontecendo em Belém no final deste ano, o objetivo é chamar a atenção para o compromisso com o turismo sustentável e a regeneração ambiental.
“Precisamos plantar já, a necessidade de mudança é urgente! A própria natureza é a solução; as árvores são a tecnologia para o enfrentamento da crise climática”, diz o DJ Alok no documento de divulgação da parceria com o Airbnb.
Por Um Só Planeta