Carlo Ancelotti fez sua primeira convocação para a seleção brasileira sem a presença de Neymar, que está voltando a jogar no Santos após uma série de problemas físicos. E o treinador italiano explicou a opção de deixar fora o jogador, revelou uma conversa que os dois tiveram e garantiu esperar contar com ele na sequência de trabalho até a Copa do Mundo.
“Nesta convocação eu tentei selecionar jogadores que estão bem. Neymar teve uma lesão há pouco tempo. Todos sabem eu Neymar é um jogador muito importante, sempre foi e sempre será. O Brasil tem muitos jogadores talentosos e logicamente, no caso específico de Neymar, contamos com ele. É a seleção nacional. O Brasil conta com ele, que voltou ao país para jogar e se preparar bem para o Mundial. Eu falei com ele nesta manhã para explicar a ele isso e ele está totalmente de acordo. Nós assim continuamos”, afirmou em coletiva de imprensa.
Além da ausência de Neymar, chamou a atenção o retorno de Casemiro, que não era chamado desde 18 de outubro de 2023, na derrota por 2 a 0 para o Uruguai.
“Casemiro, na minha opinião, ele é um grande jogador. Tive a sorte de estar com ele, eu acho que a seleção precisa desse tipo de jogador, que tem carisma, personalidade, talento. Como eu disse, o Brasil sempre teve muito talento. No futebol moderno, é preciso acrescentar atitude, compromisso, sacrifício, e isso o Casemiro tem. E muitos dos que foram convocados têm isso. É um aspecto fundamental, principalmente para se preparar para o Mundial. Eu acho que, assim, nós sairemos muito bem”, disse.
Sobre a convocação de sete jogadores que atuam no Brasil. Ele chamou cinco do Flamengo, Danilo, Alex Sandro, Léo Ortiz, Wesley e Gerson, além de Hugo Souza, do Corinthians, e Estêvão, do Palmeiras, e admitiu que a lista não teve apenas sua participação.
“Tem pessoas que trabalham aqui e olham. O que eu farei durante esse período é ficar mais tempo no Brasil, para conhecer a estrutura no Brasil, os times, os jogadores, os treinadores. E também, quando eu estiver um pouco férias, porque eu quero ter férias, quero aproveitar o Rio de Janeiro, que eu não conheço. Eu não vou dizer que vou trabalhar 360 dias ao ano, mas algum dia de férias eu vou tirar para poder aproveitar o país”.
Vini Jr
“É difícil falar, porque o Vini não tirou sua melhor versão. Se isso não aconteceu, vai acontecer, porque é um jogador extraordinário, trabalhador, lutador. A verdade é que o jogador brasileiro tem muito carinho pela sua seleção, e pode ser que isso afete um pouco a naturalidade do pensamento, no sentido de que, às vezes, se sente muita pressão para se sair bem. Isso pode ser que não permita se sair bem. Estou totalmente convencido de que o Vini, com a sua seleção, vai mostrar a sua versão”.
Richarlison
“É verdade. Eu treinei o Richarlison no Everton. Não é que eu procure isso. Essa convocação sai de pensamento conjunto. Nós trabalhamos conjunto, olhamos os jogadores e pensamos neste momento, considerando todas as dificuldades e os jogadores que estão suspensos. Pensando nisso, logicamente, eu conheço a atitude do Richarlison e do Casemiro. Eles têm vantagem nesse sentido. Mas terei a oportunidade de conhecer todos”.
União entre juventude e experiência
“Para fazer uma escolha, eu olho o passaporte. Exemplo, Casemiro está aqui, porque ele merece estar aqui pelas suas qualidades. Entre as qualidades, estão experiência, conhecimento, liderança. Não significa que está este porque é jovem. O Estevão está aqui porque tem qualidade. Logicamente a conexão com jovens traz entusiasmo, motivação e vontade. Experiência traz conhecimento, leitura das situações, liderança. Em um time, tudo isso tem que se juntar. O Estevão pode ajudar o Casemiro com o seu entusiasmo. O Casemiro pode ajudar o Estevão na atitude, no compromisso. Sempre é uma questão de conexão.”
Mau momento de Brasil e Itália
“O futebol tem gerações, épocas, e isso às vezes pode afetar. Pode afetar o resultado final. A Itália e o Brasil voltarão, no próximo ano, a ser competitivos, como sempre foram. A Itália melhorou muito. O Brasil sempre esteve no nível mais alto. O Brasil, quando teve time mais forte. Itália, quando ganhou. Brasil pode ter tido time mais forte, mas nem sempre foi capaz de conectar talento com sacrifício”.
Recepção dos brasileiros
“A recepção foi espetacular. Eu tenho que agradecer, eu acho que somos parecidos. Os italianos não têm essa alegria, mas eu sim. Eu adoro essa atitude do povo brasileiro e nós sentimos em casa. Isso vai nos ajudar para tirar o melhor de nós neste trabalho. É um trabalho com responsabilidade, mas é um trabalho muito bonito. Treinamos a seleção nacional do Brasil. É algo muito forte para nós”.
Por O dia