A prefeita Macelly Veras (PDT) de Maués, no Amazonas, foi alvo de um ataque sexista nas redes sociais nesta semana. O episódio provocou revolta popular, mobilizou uma nota oficial da Prefeitura de Maués e expôs novamente o desafio enfrentado por mulheres em cargos de poder: a misoginia velada (ou explícita) travestida de opinião.
Ataque sexista que ultrapassou os limites da crítica
Na última terça-feira, um comentário publicado em uma postagem sobre o Mercado Municipal de Maués escancarou a violência simbólica dirigida à prefeita Macelly Veras. O internauta Enoc Silva escreveu:
“Será que até a beira do uc e o xeuris dela é pintada de azul?”
A frase, além de grotesca, traz um conteúdo claramente ofensivo, sexista e misógino. O objetivo foi tentar desqualificar a prefeita por meio de uma agressão moral e sexual, prática comum na cartilha do machismo estrutural.
Reação imediata: Prefeitura de Maués emite nota de repúdio
Diante da repercussão negativa do ataque, a Prefeitura Municipal de Maués se manifestou com firmeza e anunciou que medidas legais serão tomadas. No texto oficial, a gestão classificou o comentário como um atentado à dignidade da mulher e reafirmou que a liberdade de expressão não pode ser confundida com discurso de ódio ou violência simbólica.

Nota oficial da Prefeitura de Maués sobre o ataqua sexista
“Trata-se de um ataque de cunho machista que ultrapassa todos os limites do respeito e da civilidade — e que não será tolerado. Comentários dessa natureza não representam crítica: representam violência simbólica, preconceito de gênero e tentativa de desqualificar uma mulher que exerce, com legitimidade e competência, a função pública. Medidas legais já estão sendo adotadas, conforme prevê a legislação vigente.”
Macelly Veras representa o avanço e não o retrocesso
Eleita com apoio popular, Macelly Veras é a primeira mulher a comandar o Executivo de Maués com legitimidade democrática. Sua gestão é marcada por compromisso com o desenvolvimento, políticas sociais e respeito às instituições. Tentativas de reduzi-la a estereótipos sexistas apenas reforçam o atraso de quem, como Enoc Silva, busca relevância por meio do ódio.
Por que esse caso precisa ser denunciado?
Casos como esse não podem ser tratados como isolados. Eles fazem parte de uma estrutura maior de violência de gênero na política brasileira, que visa silenciar mulheres, desmoralizá-las e impedir sua participação no debate público. A exposição pública desse tipo de conduta é essencial para que a sociedade avance na construção de um ambiente político mais justo, seguro e igualitário.
O ataque contra a prefeita Macelly Veras não é apenas contra uma mulher é contra a democracia, o respeito e a representatividade feminina na política. Que sirva de alerta e também de exemplo: misoginia tem consequência legal e social. O silêncio diante disso não é mais uma opção.
Compartilhe esta matéria para que mais pessoas saibam o que está acontecendo em Maués e se posicionem contra a violência política de gênero.