Como acontece todos os anos, as ações de participantes do “Big Brother Brasil” vêm gerando debates sobre questões importantes para a sociedade. Em uma semana de exibição, o “BBB 24” já levantou várias discussões principalmente nas redes sociais. Confira abaixo.
Capacitismo
A primeira polêmica da edição ocorreu durante a prova de resistência para definir o líder. Na ocasião, Maycon foi acusado de ter cometido capacitismo (preconceito contra pessoas com alguma deficiência) com Vinicius Rodrigues, atleta paralímpico.
O cozinheiro perguntou se poderia apelidar a prótese usada por Rodrigues. “Vamos botar um nome no cotinho. A gente pode botar um apelido no cotinho? Te batizar?”. Outros participantes desaprovaram a atitude de Maycon.
Machismo
O machismo é outro tema que ganhou destaque na primeira semana do “BBB 24”. Uma das situações, inclusive, envolveu novamente Maycon. Ele e Luigi confessaram para Wanessa Camargo que evitavam olhar para Yasmin Brunet com medo de desagradar suas mulheres. Maycon contou que falou sobre a questão diretamente para Yasmin:
— Eu fico com receio porque a minha mulher te acha uma parada desenhável, eu falei para ela. É muito ruim eu te olhar, eu falar contigo, eu te abraçar, eu estar perto, eu ficar te encostando (…) Uma mulher daquele tamanho, daquele tipo, que parece uma sereia.
Luigi, então, falou das roupas de Yasmin:
— Quando ela saiu com aquele vestido transparente a primeira vez, não vou mentir, falei: “Não posso olhar”.
Outro episódio que gerou acusações de machismo nas redes ocorreu numa conversa de Rodriguinho e Nizam. O cantor comentou sobre Yasmin Brunet:
— Ela já foi melhor, ela tá mais velha hoje, mas é bonita ainda (…) Assim, você percebe que ela tá mais velha. Ela largou a mão aqui. Hoje ela comeu dois pacotes de bolacha com requeijão.
Nizam disse achar o corpo da modelo “estranho”. Lucas Pizane e Vinicius Rodrigues também estavam presentes.
Fake news
Uma fake news sobre Yasmin Brunet voltou a ganhar destaque nas redes após uma conversa no “BBB 24”. Durante um diálogo com Fernanda, Giovanna Pitel falou sobre quando a modelo foi injustamente implicada em um caso de tráfico de mulheres, que teve ampla divulgação.
Em 2022, Yasmin Brunet acompanhou pelo Instagram e outras redes sociais a angústia dos familiares de Letícia Maia Alverenga e Desirrê Freitas, que na época tinham 21 e 26 anos, respectivamente, e estavam desaparecidas. Ela se manifestou publicamente e se dispôs a ajudar nas buscas pelas jovens, que moravam nos EUA em condições misteriosas, mantidas por Kat Torres, uma ex-modelo e escritora, líder de uma seita. Após Yasmin se envolver no caso para auxiliar as famílias, ela começou a ser atacada em vídeos e posts, com acusações sérias.
Kat Torres foi presa em 2022. Ela é acusada por tráfico de pessoas e exploração sexual e aguarda julgamento.
Preconceito contra indígenas
Outra discussão levantada pelo programa se deu depois que Rodriguinho se referiu à amazonense Isabelle como índia. Ela explicou que o termo não é mais usado:
— O termo índia é meio que pejorativo, porém, o mundo está compreendendo isso agora. É indígena ou povo originário. Índia foi quando o colonizador chegou no Brasil e quis falar que parecíamos o povo da Índia, porque ele errou de caminho.
Em outro momento, o cantor fez uma fala debochada sobre a participante, o que também provocou críticas. No quarto do líder, o cantor conversava com Vinicius Rodrigues, que disse se identificar com a dançarina. O cantor quis saber o que os dois colegas têm em comum.
— Você gosta de boi-bumbá também? Ela só fala isso — disse ele, aos risos, em tom de deboche.
— Você mora na Amazônia? — questionou Nizam, também rindo.
Racismo
Um termo racista usado por Luigi também gerou debate. Na ocasião, Leidy Elin reclamou com o participante por ter sido chamada de “macaca” por ele antes de uma entrada ao vivo do apresentador Tadeu Schmidt.
— Antes do Tadeu, acho que você falou “macaca”. Tu pega hoje e me faz isso. Eu, preta, sentada do lado de Luigi que parece ser um cara muito bem entendido, pegar e falar isso? É muito chato. Se policie nas coisas que você fala aqui dentro (…) Estou sentando e conversando com você. Tomara que não se repita. Eu não queria ter essa conversa com você. Estava preparada para ter com qualquer pessoa aqui dentro, qualquer um.
Luigi disse que seu comentário “foi no automático” e pediu desculpas, alegando falar dessa forma entre seus amigos.
Homofobia
Davi se tornou pivô de uma polêmica logo após ser indicado para o paredão na noite de domingo (14). Ele afirmou para Nizam, durante uma discussão acalorada: “Eu sou homem, seu put*! Eu sou homem nessa desgraça. Não sou veado! Meu pai me fez foi homem!”.
A fala repercutiu negativamente nas redes sociais e gerou um debate acalorado. De um lado, pessoas defendem o participante, alegando que se trata de uma expressão regional usada em determinados locais da Bahia, sobretudo em Salvador. Outros, no entanto, acham que foi homofobia.
Por O Globo