Corinthians negocia com a Caixa para vender parte da Arena na bolsa de valores; entenda o caso

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Corinthians quer vender parte da Neo Química Arena — Foto: Marcos Ribolli
Corinthians quer vender parte da Neo Química Arena — Foto: Marcos Ribolli

O Corinthians negocia com a Caixa Econômica Federal a venda de parte da Neo Química Arena na bolsa de valores. A intenção do clube é se manter como sócio majoritário e controlador do estádio, mas oferecer ao mercado até 49% das cotas do empreendimento.

As conversas entre o Timão e o banco estatal ocorrem há meses. O clube conta com a assessoria da empresa KPMG na negociação.

O principal objetivo corintiano com a operação é se livrar do pagamento de juros à Caixa, que financiou a construção do estádio. Só em 2023 o Timão deve repassar quase R$ 100 milhões ao banco – o valor principal, de mais de R$ 600 milhões, começará a ser pago somente em 2025.

– O Corinthians tem um fundo, que é dono de 100% da Arena, e esse fundo pode ser colocado no mercado. Alguém pode comprar 49% desse fundo se eu quiser vender, e eu gostaria de vender. Se alguém quiser comprar, por favor nos procure – disse Wesley Melo, diretor financeiro do clube e entusiasta do projeto.

– Talvez não seja finalizado até 31 de dezembro, talvez fique para a próxima gestão, mas está muito bem encaminhado – completou o diretor, em entrevista exclusiva ao ge, lembrando que há eleição para presidente no próximo dia 25 (André Luiz Oliveira, da situação, e Augusto Melo, da oposição, estão na disputa).

São dois os principais modelos de negócio discutidos no momento:

  1. Um investidor com maior capacidade financeira faria um aporte milionário e compraria uma quantidade grande de cotas da Arena, deixando um percentual menor para ser negociado ao público em geral, na bolsa de valores – cenário visto como mais fácil.
  2. Todas as cotas disponibilizadas pelo Corinthians – até 49% do total – seriam oferecidas aos investidores na bolsa.

Os investidores que comprarem essas “ações” do estádio receberiam dividendos, tal qual acontece com outros fundos imobiliários de shoppings, galpões logísticos ou lajes corporativas. Esse “aluguel” pago aos donos das cotas seria proveniente das receitas da Arena com venda de ingressos, aluguéis de espaços comerciais, realização de eventos, entre outros.

– Não é a história da vaquinha. É como a gente transforma a Arena em um produto financeiro que o corintiano possa fazer um investimento e a gente juntar um dinheiro tal que consiga negociar com a Caixa e fazer esse pagamento do financiamento – comentou Wesley Melo.

Com as cotas sendo negociadas no mercado, qualquer pessoa registrada na B3 (a bolsa de valores de São Paulo) poderia adquirir uma parte do estádio corintiano. Inclusive torcedores de clubes rivais.

– Eu acho que vai ter ali são-paulino, santista, palmeirense eu não sei… Aquele mais de finanças vai que ele entende que é um produto financeiro bom e faz um investimento – afirmou o diretor do Corinthians, que ainda brinca:

– A Leila (Pereira, presidente do Palmeiras) é mais do que bem-vinda. Adoraria que ela comprasse, adoraria, não iria me importar, não.

Por Bruno Cassucci e Marcelo Braga, Ge

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