Entre uma parte e outra da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que nesta quarta-feira elevou a taxa básica de juros do País a 11,25%, a cúpula do Banco Central foi ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, discutir um caso da autarquia que será analisado pelos ministros. Em 27 de novembro, a Corte julgará as supostas irregularidades cometidas pelo BC ao cobrir o déficit do plano de saúde dos servidores.
Dantas recebeu o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o próximo presidente, o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo. O diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, também participou. Procurado, o BC não comentou a agenda no TCU. O encontro começou às 11h30, cerca de 15 minutos após a primeira parte da reunião do Copom, retomada às 14h39.
As supostas irregularidades contábeis no Programa de Assistência à Saúde do Banco Central (PASBC) teriam sido cometidas pela instituição entre 2017 e 2019 — ou seja, nas gestões Alexandre Tombini, Ilan Goldfajn e Campos Neto.
Nesse período, o BC utilizou recursos do plano de aposentadoria privada dos funcionários para cobrir o déficit do plano de saúde. Para auditores do TCU, os recursos deveriam passar pelo Orçamento-Geral da União, e o BC deveria criar uma empresa à parte para a gestão do PASBC. Os ministros do TCU vão tomar uma decisão sobre o impasse.
Por Estadão