Mais de 50% dos prefeitos do Amazonas não podem se candidatar

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Beto D’ângelo (Republicanos), prefeito de Manacapuru; Bi Garcia (sem partido), prefeito do município de Parintins; Saul Bemerguy (MDB), prefeito do município de Tabatinga; Júnior Leite (União Brasil), prefeito do município de Maués (Divulgação)
Beto D’ângelo (Republicanos), prefeito de Manacapuru; Bi Garcia (sem partido), prefeito do município de Parintins; Saul Bemerguy (MDB), prefeito do município de Tabatinga; Júnior Leite (União Brasil), prefeito do município de Maués (Divulgação)

Dos 62 prefeitos do Amazonas, 33 não poderão concorrer à reeleição no pleito deste ano. Isso porque já estão no segundo mandato seguido e a legislação eleitoral proíbe uma terceira candidatura consecutiva. Por outro lado, outros 29 gestores municipais, incluindo o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), poderão disputar a permanência no cargo. O levantamento é da Associação Amazonense de Municípios (AAM)

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Na última quinta-feira (7), teve início a janela partidária, período no qual parlamentares podem trocar de partido sem perder o mandato. O prazo é até 5 de abril. A movimentação já é intensa entre vereadores, mas prefeitos (que podem mudar de partido em outros momentos, sem perder o mandato) também estão aproveitando esta fase para recalcular a rota.

Atualmente, o partido com mais gestores municipais filiados é o União Brasil, cuja presidência no Amazonas está sob o comando do governador Wilson Lima desde fevereiro. A sigla tem 36 prefeitos filiados, número já menor que os 42 gestores que eram membros até 2022, na reeleição do governador para o Executivo.

Um dos principais nomes a deixar recentemente o partido é o prefeito de Parintins, Bi Garcia. Ele se desfiliou após Wilson Lima dar o comando do União Brasil no município parintinense para a vereadora Brena Dianná, que é opositora de Bi Garcia e pré-candidata à prefeitura na eleição deste ano. O candidato do atual prefeito, que não pode concorrer à reeleição, é o vereador Matheus Assayag (PL).

segundo partido com mais prefeitos é o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), cujo presidente no Amazonas é o senador Eduardo Braga. Atualmente são 10 prefeitos em todo o Estado, segundo levantamento realizado pelo site Poder 360. O número também caiu, considerando que o partido elegeu 13 gestores municipais nas eleições de 2020.

Mudanças

Embora a lista de prefeitos em cada partido seja um termômetro importante para a eleição, o presidente da Associação Amazonense de Municípios, Anderson Souza (União Brasil), explica que a ‘fotografia final’ só poderá ser vista após o período da janela partidária.

“Fazer esse levantamento com todos os 62 municípios é complicado, porque os prefeitos estão em plena movimentação, decidindo se mudam ou não de partido. É importante esperar esse momento passar e aí sim visualizar o cenário para a eleição”, afirma.

Manaus

Um exemplo deste contexto não sólido é a expectativa que se criou em torno do futuro do prefeito David Almeida. Nas últimas semanas, cresceu nos bastidores uma ‘informação’ de que ele estaria prestes a trocar o Avante pelo PL, sigla do ex-presidente Bolsonaro. Na quinta-feira, o prefeito voltou a negar sua desfiliação e garantiu que disputará a eleição pelo Avante. Ele afirmou que as conversas com o PL são apenas para eventual apoio.

Manacapuru

No principal colégio eleitoral do interior do Amazonas, com 75 mil eleitores, a eleição será para eleger um novo gestor. Isso porque o prefeito Beto D’ângelo já está no segundo mandato. Ele ainda não definiu seu apoio, mas nomes que vêm sendo testados incluem o da vice-prefeita Valcileia Maciel e do assessor de comunicação da prefeitura, Franz Melendez. Na oposição, desponta o ex-prefeito Angelus Figueira, que já comandou a cidade por quatro mandatos.

Itacoatiara

Já no município de Itacoatiara, que conta com 70 mil eleitores e é o terceiro maior colégio eleitoral do estado, a disputa deve repetir o cenário de 2020, quando Mário Abrahim (atual prefeito) concorreu contra o deputado estadual Cabo Maciel. O empresário Jean Neder, que também se candidatou na última eleição, é outro nome que tem aparecido nas pesquisas.

Parintins

Como citado anteriormente, a disputa em Parintins deve resultar em um novo prefeito, já que o atual gestor, Bi Garcia, não poderá concorrer à reeleição. O município é, hoje, o quarto maior colégio eleitoral do Amazonas.

Além do vereador Matheus Assayag, pré-candidato apoiado pelo atual prefeito, e a vereadora Brena Dianná, da oposição, aparecem nas pesquisas a ex-primeira dama Michele Valadares; o ex-vereador Massilon Medeiros; o apresentador do Boi Garantido, Israel Paulain; e o empresário Juscelino Manso.

Coari

No quinto maior colégio eleitoral do Amazonas, que também é o município mais rico do interior, o cenário é atípico. O atual prefeito Keitton Pinheiro, sobrinho do ex-prefeito Adail Filho, deve abrir mão da sua reeleição para dar lugar ao tio, que estava inelegível até outubro de 2023, após ter sido condenado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas por contratar uma pessoa sem concurso quando era prefeito.

Em 2014, foi cassado após ser condenado por integrar uma rede de exploração sexual de crianças. Mais tarde, em 2018, também foi condenado por comandar um esquema em fraudes de licitação na prefeitura de Coari.

No município, os principais adversários da família Pinheiro são o advogado Harben Avelar, e o empresário Robson Tiradentes Jr. Este último concorreu na eleição de 2020 e obteve 23,74% dos votos, mas perdeu para Adail Filho, que foi eleito em primeiro turno com 59,45% dos votos.

Por A Crítica

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