O município de Iporá, localizado a 226 km de Goiânia, vive momentos de tensão com a entrega à polícia do prefeito Naçoitan Araújo Leite, acusado de disparar tiros contra a residência de sua ex-mulher no último sábado. Considerado foragido desde então, Naçoitan se apresentou por volta das 6h15 desta quinta-feira na delegacia regional da cidade.
No episódio, registrado por câmeras de segurança, o prefeito teria invadido a casa da ex-companheira com uma caminhonete, efetuando pelo menos 15 disparos. A mulher e seu atual namorado, que estavam no quarto no momento do ataque, conseguiram se proteger atrás de uma parede. O veículo utilizado no crime foi apreendido quatro dias depois.
Em entrevista à TV Anhanguera, a ex-mulher relatou o terror vivido: “Ouvi o meu ex-marido gritando o meu nome umas duas vezes e depois disso ele descarregou um pente de arma na porta do meu quarto. Tenho certeza que ele veio pra me matar.”
A Justiça decretou a prisão de Naçoitan no mesmo dia do ocorrido, e a entrega do político ocorreu após dias de busca. Por meio das redes sociais, o prefeito afirmou estar à disposição da Justiça e disposto a colaborar com as investigações.
O histórico conturbado de Naçoitan inclui aproximadamente 20 processos na Justiça. Eleito pelo PSDB, o prefeito já esteve envolvido em polêmicas como a tentativa de impedir uma blitz, cassação e ameaças contra o presidente Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Após a divulgação de áudio com suas declarações, Naçoitan emitiu uma nota pública de desculpas.
A Justiça negou, pela segunda vez, o pedido de revogação da prisão, ressaltando que o prefeito fugiu em um veículo oficial da prefeitura. A Câmara Municipal de Iporá também barrou um pedido de afastamento de 30 dias, enquanto um processo de impeachment está em andamento na Casa.
Durante o período em que esteve foragido, a defesa de Naçoitan divulgou uma nota alegando que o político não tinha intenção de “atingir a integridade física” de ninguém, apesar dos tiros disparados. A nota informa que esclarecimentos serão prestados às autoridades no momento oportuno, considerando que os autos da investigação estão sob sigilo. O caso continua a chocar a população de Iporá e levanta questões sobre a segurança e integridade no cenário político local.
*Com informações de Congresso em Foco
Da Redação PAM1