Rebeca Andrade mal celebrou a prata conquistada no individual geral na sexta e retornou ao pódio na manhã deste sábado, mas desta vez no lugar mais alto, na Antuérpia. O ouro veio na final do salto, mais uma vez com a presença de Simone Biles. Rebeca conseguiu executar os dois saltos quase cravados, teve média 14,750 pontos e foi coroada bicampeã mundial. Maior medalhista de mundiais da história, Biles repetiu o elemento de maior pontuação na ginástica homologado no Mundial da Antuérpia, o BIles II, mas desta vez não conseguiu completar o movimento, caiu e terminou com a prata, com somatório de 14,549 pontos. O bronze ficou com a sul-coreana Yeo Seojeong, com 14,416 pontos.
– Esse ouro significa que nosso trabalho continua dando certo, tanto parte técnica como mental e física. Trabalho de todo mundo para eu conseguir controlar minha mente e meu corpo. Deu tudo certo – disse a ginasta.
A atual campeã olímpica do salto e campeã mundial em 2021, Rebeca não tinha conseguido a vaga na final no Mundial do ano passado, em Liverpool, depois de um susto que acabou forçando a atleta abortar um dos saltos na classificatória. Em 2023, diferente do ano passado, Rebeca foi bem em todas as passagens que fez no salto durante o Mundial e repetiu na final desse sábado.
Rebeca teve a oportunidade de ver todas as adversária se apresentarem, foi a última entre as nove finalistas. No primeiro salto, um Cheng, o salto com maior grau de dificuldade e uma aterrisagem com pequeno passo. Rebeca tirou a maior nota da final: 15,000 pontos. No segundo voo, um Yurchenko com dupla pirueta, nem precisou fazer a dupla pirueta e meia. Também foi praticamente perfeita e somou14,500. Com média final de 14,750 pontos celebrou o ouro.
– Eu não curto muito ser a última. Foi tranquilo. Eu assisti a maioria das meninas. Estava tentando ficar bem concentrada. Estou tratando meu corpo. Ele está cansado. Mas estou fazendo minha parte. Vou ter mais tempo para descansar, que amanhã estarei no solo. Quero fazer minha parte. Foco total, cabeça boa para dar tudo certo – respondeu sobre a expectativa para mais uma final com chances de medalha.
Rebeca Andrade no Mundial de ginástica — Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Maior nome da ginástica mundial, Simone Biles foi a primeira a se apresentar. Mais uma vez apresentou o Biles II, elemento mais difícil da ginástica, mas desta vez a execução não saiu como gostaria, não conseguiu aterrissar bem e caiu. Ainda terminou com a nota de 14,433 pontos. No segundo salto, executou um Cheng com pequenas falhas de execução e tirou 14,666. Ficou com a média 14,549 pontos. A prata no salto foi sua 35ª medalha em mundiais.
Simone ainda participou da final das barras assimétricas, mas ficou apenas na quinta colocação, com 14,200 pontos. A campeã foi a chinesa Qiyuan Qiu de apenas 16 anos, com 15,100 pontos. A prata ficou com Kaylia Nemour, francesa que atualmente defende a Algéria, com 15,033 pontos. O bronze ficou com a americana Shilese Jones, com 14,766 pontos.
Simone Biles, Rebeca Andrade e Yeo Seojeong no Mundial de ginástica — Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Bronze nas Olimpíadas de Tóquio, a sul-coreana Yeo Seojeong não executou o seu salto de dificuldade 5,8 pontos, mas executou com perfeição os dois voos apresentados e levou o bronze com média 14,416 pontos.
Simone Biles na final do salto no Mundial da Antuérpia — Foto: Reuters
Na Antuérpia já são 3 medalhas no currículo de Rebeca com 1 de ouro e 2 de prata – equipes e individual geral – , o que já colocou Rebeca mais uma vez no patamar de maior medalhista brasileira em uma edição, quebrando seu próprio recorde de 2022, com duas medalhas (ouro no individual e prata nas barras assimétricas). Ela ainda pode aumentar esse número com as finais da trave e do solo, neste domingo, a partir das 9h (de Brasília). Ela também tem outro recorde: a maior medalhista brasileira em mundiais, com 7 medalhas até o momento.
Final do solo
O Brasil terá duas representantes na final do solo com Flávia Saraiva, que acabou na 15ª colocação no individual geral, e Rebeca Andrade, em busca da quarta medalha na Antuérpia. O novo solo embalado ao som de Beyoncé e Anitta tem levantado a torcida na Bélgica em todas as apresentações feitas. A maior nota inclusive de Rebeca durante todo o mundial foi no solo da final por equipes, com 14,966 pontos.
Simone Biles também vai em busca do sexto título no aparelho. Desde 2013, quando fez sua estreia em Mundiais justamente na Antuérpia, a americana de 26 anos venceu todas as finais de solo que disputou.
Por Guilherme Pereira, Lorena Dillon e Rogério Romera – Ge