Um dia após o anúncio dos deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) como novos ministros pelo presidente Lula, o cenário político brasileiro viveu momentos de intensa movimentação e debate. A acomodação do centrão liderada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), trouxe à tona uma série de reações, incluindo críticas do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI).
Nas redes sociais, Ciro Nogueira não poupou palavras ao tecer críticas ao presidente Lula e ao público presente no desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, chamando-os de “companheirada de aluguel”. Em seu post, o líder do PP afirmou: “O 7/9 é um retrato do Lula 3: o presidente desfilou para ninguém, foi aplaudido pelos áulicos de sempre e vai dizer que foi tudo ótimo. Só um detalhe: KD O POVO NO 7/9, Lula? O rei está nu. Sem povo, só com o aplauso da companheirada de aluguel.”
O presidente Lula participou do evento, mas optou por não se manifestar publicamente. Um robusto esquema de segurança foi montado na Esplanada dos Ministérios, onde ocorreu o desfile. Lula foi acompanhado na tribuna de honra pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.
Curiosamente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não acompanhou o desfile em Brasília, enquanto a primeira dama, Janja, escolheu um vestido vermelho para a cerimônia e, em parte do percurso, saudou o público fazendo o gesto do “L” com a mão.
Na noite anterior ao desfile, Lula anunciou a primeira parte de uma reforma ministerial que visa incluir o PP e o Republicanos na base do governo na Câmara dos Deputados. André Fufuca, líder da bancada do PP, assumirá o Ministério do Esporte, enquanto Silvio Costa substituirá Márcio França na pasta de Portos e Aeroportos. França, membro do PSB, será realocado para o futuro Ministério da Micro e Pequena Empresa, que será desmembrado do atual Ministério da Indústria e Comércio, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
Essas mudanças resultaram de semanas de discussões intensas dentro do governo para acomodar as demandas de Arthur Lira e seus aliados. Enquanto Ana Moser, que comandava o Ministério do Esporte, recebeu apoio de entidades da sociedade civil para permanecer no cargo, Márcio França resistiu à sua saída e gerou insatisfação na bancada do PSB na Câmara, que alegou não ter sido consultada no processo de negociação.
A expectativa do governo com essas mudanças é fortalecer a bancada governista na Câmara dos Deputados, aumentando-a em até 90 deputados, o que proporcionaria maior segurança na aprovação de projetos de lei e medidas provisórias. O cenário político segue em constante evolução, e os desdobramentos dessas mudanças continuarão sendo acompanhados de perto.